Canal de comunicação com os leitores:

Este blog foi criado em 02 de dezembro de 2009,
como suporte aos meus alunos, contudo, estou aposentada desde 10 de março de 2012, sem atividade de ensino, não tendo mais interesse de desenvolver alguns assuntos aqui postados. Continuo com o blog porque hoje está com > 237.000 visitantes de diversos lugares do mundo. Bem-vindo ao nosso ambiente virtual. Retorne com comentários e perguntas: lucitojal@gmail.com.
http://www.facebook.com/luci.tojaleseara

Tenho 17 vídeos no youtube: lucitojaleseara.

São muitas as postagens, cerca de 400, veja a lista de marcadores no lado direito do blog.

Falo sobre composição, valor nutritivo dos alimentos e biodisponibilidade dos nutrientes. Interações entre nutrientes: reação de Maillard e outras reações com proteínas, principalmente AGEs (Advanced Glycation End Products) e a relação desses compostos com as doenças crônicas: Diabetes, Alzheimer, câncer, doenças cardiovasculares entre outras. Atualmente, dedico-me mais ao conhecimento dos AGEs (glicação das proteínas dos alimentos e in vivo).

"Os AGEs (produtos de glicação) atacam praticamente todas as partes do corpo. É como se tivéssemos uma infecção de baixo grau, tendendo a agravar as células do sistema imunológico. O caminho com menos AGEs; escapa da epidemiologia dos excessos de alimentação" disse Vlassara. http://theage-lessway.com/

ATENÇÃO: A sigla AGEs não significa ácidos graxos essenciais.

Consulte também o http://lucitojalseara.blogspot.com/ Alimentos: Produtos da glicação avançada (AGEs) e Doenças crônicas.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

80- CLA - Ácido Linoleico Conjugado no leite


Controvérsias sobre o efeito benéfico do CLA.
O CLA, do inglês Conjugated Linoleic Acid, é um ácido graxo poliinsaturado essencial (nosso corpo não fabrica) encontrado naturalmente nas gorduras de animais ruminantes, ou seja, em produtos lácteos (leite, iogurtes, queijos e manteiga) e carnes bovinas, principalmente. Refere-se a uma família composta por alguns isómeros do ácido linoléico. São um tipo de gordura trans.
Ácidos linoléicos conjugados (CLA, C18:2) e o ácido octadecenóico (C18:1, trans-11) são produzidos no ambiente ruminal. Estes ácidos graxos, com presença de uma ou duas ligações duplas entre átomos de carbono, são compostos intermediários formados durante a biohidrogenação de ácidos graxos insaturados pelos microorganismos do rúmen.
Ainda não existem comprovações científicas de que a suplementação com CLA reduza o peso corporal ou o índice de massa corporal em humanos, porém algum efeito relacionado à redução do tecido adiposo parece ocorrer com doses acima de 3g de CLA por dia, especialmente na região abdominal de homens obesos, e no tecido muscular esquelético.
É importante ressaltar ainda que alguns efeitos indesejáveis relacionados ao uso do CLA foram encontrados tanto em estudos com humanos quanto em animais, como aumento da resistência à insulina, aumento da glicose e insulina de jejum; elevação da peroxidação lipídica, redução da HDL-colesterol em indivíduos com síndrome metabólica (dislipidemia, hipertensão).

No Brasil, a Anvisa, em 29/03/2007, publiclou a resolução RE nº 833 que determina a apreensão de todos os lotes do produto Ácido Linoléico Conjugado (CLA). Nenhuma empresa no Brasil tem autorização da Anvisa para fabricar, importar ou comercializar esse produto.
O Ácido Linoléico Conjugado tem sido vendido para praticantes de atividade física com alegações de que o produto auxilia na queima de gordura e no aumento de massa muscular. No entanto, ainda não existem dados que confirmem essas indicações.
Por esse motivo, após avaliar estudos científicos sobre o CLA, que não comprovaram a segurança de uso e a eficácia das alegações, a Gerência-Geral de Alimentos da Agência decidiu indeferir todas as solicitações de registro (sete processos ao longo de três anos) e determinar a apreensão dos produtos que estão no mercado.

MOURAO, Denise Machado et al. Ácido linoléico conjugado e perda de peso. Rev. Nutr.[online]. 2005, vol.18, n.3, pp. 391-399. ISSN 1415-5273. Resumo do trabalho:

O tratamento e a prevenção da obesidade têm sido considerados uma enorme batalha para os profissionais da área de saúde. As indústrias de alimentos e de fármacos, por sua vez, têm oferecido cada vez mais uma vasta gama de novos produtos que preconizam a perda de peso. O ácido linoléico conjugado, encontrado em maiores concentrações na gordura de animais ruminantes, parece apresentar efeitos favoráveis quanto à manutenção do peso corporal. Esta revisão apresenta uma análise crítica dos dados disponíveis na literatura, que relacionam o ácido linoléico conjugado com o metabolismo energético e a composição corporal. Os estudos realizados com humanos ainda não são conclusivos, embora alguns apontem um possível aumento da lipólise e/ou redução da lipogênese, que reflete em alterações apenas na composição corporal, especialmente no tecido adiposo abdominal, mas não na perda de peso. Entretanto, as altas doses usadas nesses estudos podem implicar efeitos colaterais indesejáveis. Portanto, mais estudos são necessários para uma indicação desse ácido graxo como um agente para a melhora da composição corporal e/ou como um agente antiobesidade.

As duas ligações duplas do ácido linoleico costumam estar em um sistema metilênico em que duas ligações simples separam as ligações duplas. Entretanto, o sistema de ligações duplas encontra-se alterado em alguns casos, resultando na isomerização das ligações duplas em uma configuração conjugada. A isomerização pode ocorrer durante processos com hidrogenação, sendo comum durante o processo de hidrogenação biológica promovida por bactérias em ruminantes. Os isômeros, conhecidos com CLA, têm recebido atenção especial por sua capacidade de inibir o câncer, diminuir o colesterol sanguìneo, inibir o aparecimento do diabete e influenciar no ganho de peso. Os diferentes isômeros causam efeitos biológicos distintos, sendo que o ácido 9-cis, 11-trans- linoleico apresentam atividade anticarcinogênica e é o mais encontrado em produtos lácteos e cárneos, enquanto o ácido 10-cis, 11- trans do CLA tem capacidade de influenciar no acúmulo de gordura corporal. Os mecanismos moleculares da bioatividade do CLA têm sido atribuído a sua capacidade de modular a formação de eicosanoides e a expressão de genes. Pouquíssimos estudos clínicos em seres humanos foram realizados, de modo que os benefícios do CLA aos seres humanos ainda não podem ser sustentados.

Um comentário:

  1. gostaria de saber se o C L A pode ter alguma reaçao , como dor no estômago...?

    ResponderExcluir